quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A volta do Sapato Bege

O Sapato Bege estará novamente de volta. Se é novamente uma volta, é uma re-volta? Uma revolta? Não, está tudo tranquilo. Será só uma volta. Com algumas mudanças, talvez.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Objetivos



     Estava pensando em lugares belos e em como as pessoas procuram entrar em contato com espaços com aparências extraordinárias. É claro que é natural querer entrar em contato sempre com o que há de melhor. Mas o que acontece é isso, as pessoas procuram incessantemente experiências fora do comum e se esquecem de aproveitar a beleza que é cada momento de nossa existência. A beleza nos pequenos detalhes, nos pequenos gestos, nas sensações do dia-a-dia, de uma flor em seu caminho.
     Acredito que temos que ir atrás de nossos sonhos. Se você quer muito conhecer algum lugar, deve ir atrás de fazer isso acontecer. Se você viu uma fotografia de uma paisagem maravilhosa e quer estar lá pessoalmente, é muito importante tentar tornar isso realidade. Sonhos são importantes, vontades que vem da alma também e devemos dar atenção ao que queremos de coração.
     O que eu quero dizer é que não devemos nos esquecer das coisas lindas que já e estão presentes em sua vida. Não passar por cima de cada presente que temos todos os dias somente por estar na busca de coisas grandiosas, que como as coisas pequenas, também são passageiras. As coisas grandiosas têm seu significado em nossas vidas, mas as pequenas também. E, no fim das contas, acaba fazendo falta sacrificar cada oportunidade que temos de nos maravilharmos com os pequenos presentes que a vida nos dá, todos os dias, na busca incessante de algo momentâneo que pode nem vir a acontecer.
     Cada coisa e cada experiência tem seu lugar na vida de cada um. Não precisamos abrir mão de vivermos MESMO o mundo, prestando atenção em cada momento, somente para conquistar objetivos. Aliás, objetivos que por vezes nem são nossos mesmos, que fazemos por imposição de situações diversas. Esses então, não devem mesmo fazer com que você não perceba o cheirinho de pão ao passar do lado da padaria. Mas mesmo objetivos que são parte de sonhos, os que vêm de dentro, eles devem te dar ânimo e forças para viver ainda melhor cada momento, não o contrário.
     Quantas pessoas não se acabam de tanto trabalhar, ficam distantes dos filhos, deixam de lado suas atividades de lazer, seus hobbies, suas atividades que aprimoram sua criatividade? E elas se cansam, não têm tempo para quase nada, nem mesmo para dormir, porque são zilhões de atividades necessárias a dar andamento a requisitos para se cumprir objetivos, que às vezes nem são os que as próprias pessoas escolheram. As pessoas vão se deixando de lado e vão deixando a vida passar sem perceber cada momento. A vida é cada momento.
     Eu mesma quero conhecer várias maravilhas que esse mundo espetacular tem a nos oferecer, quero conhecer lugares grandiosos. Mas também penso nos lugares que já conheço e re-conheço todos os dias. Embora em algumas situações, com a pressa do cotidiano, deixemos de reparar no que há de bonito ao nosso redor, é importante que prestemos mais atenção a esses detalhes. A flor no caminho, o colorido de nossa comida, o sorriso de alguém que está perto de você. É bom sim estar em um lugar maravilhoso, mas também é bom vermos o belo em cada momento que temos.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Escrever e a vontade



     Os pensamentos realmente só vêm. Às vezes, parece que eu só os recebo, não os crio. Por causa disso, o Sapato Bege vem mudando um pouco seu foco, seu estilo. Isso é uma coisa que aconteceu automaticamente, pois, como eu já disse, acho que a criatividade que se apresenta para nós e não o contrário. Então, o formato e os tópicos dos posts foram passando por uma transformação. Eles foram ficando cada vez mais reflexivos, com pensamentos sobre os porquês das coisas. E pensamentos sobre todo o tipo de coisa e sobre coisas aleatórias. É bom pensar sobre as coisas e poder organizar os pensamentos e trocar opiniões é o que faz o Sapato Bege ficar cada vez melhor.
     Também é engraçada a sensação de imaginar quem está lendo cada coisa escrita. Se alguém está lendo. Se a pessoa pensa parecido. Se a pessoa pensa muito diferente. Se não liga para o que eu escrevi e acha tudo bobagem. Ou se super se identifica. É interessante. Escrever por escrever já é legal, colocar sua interpretação de pedaços do mundo em palavras organizadas. E pensar que outras pessoas podem confrontar o resultado disso com seu próprio entendimento do mundo é muito legal.
     Enxergava essas duas coisas como consequências de se escrever, mas na realidade acho que são consequência e motivo. É até mais fácil perceber as consequências, mas não sei se consigo perceber todos os motivos. Ou, as motivações. Esses dois aspectos fazem parte da motivação, mas e o resto? Pode ser como a motivação de tudo o que se faz na vida: gostar. Vontade da alma. Por alguma razão aquilo te encanta, te dá vontade, te dá ânimo. Você se identifica.
     O que nos leva a pensar em outra coisa engraçada é essa, o fato de nos identificarmos com uma parcela de coisas no mundo e não com outras coisas. O mundo tem tantas possibilidades e algo nos atrai mais que os outros algos e isso é interessante. E tem as consequências. Pode ser que busquemos proximidade com as coisas com as quais nos identificamos e também por gostarmos do que elas nos proporcionam. Como em escrever, que é algo que nos proporciona organizar pensamentos e nos proporciona pessoas lerem o que você escreve.
     Se enxergarmos assim, percebemos que cada vontade tem sua motivação específica, por ser ela mesma uma vontade específica. O que torna tudo mais complexo e mais legal. Tudo detalhado, cada pensamento, cada desejo, cada emoção, cada parte-materializada-da-realidade. Tudo é muito, muito legal. E cada um é de um jeito, com combinações diferentes de vontades. E o mundo é o conjunto de tudo isso. Isso é muito, muito, muito maravilhoso.
     Como existem tantas coisas para optarmos, vale a pena nos aproximarmos do que faz o nosso coração vibrar. São muitas as opções e você é único no mundo. Existe algo feito para você. Devemos fazer muito para nos equilibrarmos no mundo, temos que cumprir exigências, temos que achar nosso lugar e, às vezes, não é fácil. Mas tente não se esquecer de consultar os conselhos de seu próprio coração quando tiver que escolher por quais caminhos seguir. Ou, pelo menos, entre contato mais vezes com aquilo que te encanta.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Todos temos sonhos



    Eu entendo porque as pessoas ficam paradas num ponto onde nem mesmo queriam estar no início. Sei que fica confortável ficar onde se está depois de certo tempo, porque tudo já é conhecido. Gostamos de nos sentirmos confortáveis e acabamos nos afeiçoamos a partes das coisas e situações que não eram bem a que esperávamos. E tudo bem até manter algumas dessas partes, se te faz bem. Mas será que também não compensa buscar a realização dos sonhos? Um sonho é algo que nos move, que nos faz querer conquistar, que nos faz nos sentirmos realizados e dá uma satisfação genuína, daquelas que vem do âmago, não é uma realização colocada em prática só para impressionar ou provar algo para alguém. Acho sim ter sonhos e ir atrás deles.
     E por ir atrás dos sonhos eu quero dizer realmente ir atrás dos sonhos. Sonhar é bom, mas será que não compensa fazer isso de uma forma realista, traçando uma rota com as ações necessárias para se sair de onde não se quer estar e/ou ir para onde se quer estar? Pensar mesmo em tudo isso, no que se precisa fazer para atingir objetivos e em como fazer tudo isso. Planejar. Tudo surge na vontade, no campo do pensamento, mas o que torna isso realidade é a ação.
     Lembrando também que é importante não só o desejar e depois traçar um plano, mas também colocar em prática. Coloque em prática, não tenha preguiça, tente contornar seus medos. 
     Ter momentos de descanso e lazer faz muito bem, mas preguiça de correr atrás do que se quer não faz. Preguiça te faz não sair do lugar. Pensar em deixar sempre pra depois também não te deixa sair de onde se está, porque depois é sempre um depois e só podemos agir no agora e não no futuro.
     Quanto aos medos e receios, reflita sobre eles. Alguns medos têm seus motivos e podem nos servir de alertas. Mas não todos. Na verdade, a maioria dos medos não tem sua importância, principalmente quando temos medo de falhar, de não conseguir fazer dar certo o que queremos. Muita gente que consegue fazer coisas legais tem medo e não esperam que tudo a sua volta se molde às suas expectativas para que o medo suma para realizarem seus projetos. Tente quebrar barreiras, se aperfeiçoar, tente entender o que sente e perder medos para caminhar em direção à felicidade. Mesmo porque, quando tentamos algo apesar do medo, ele tende a diminuir. Enfrentando o medo, ele pode perder seu status de bloqueados de vidas. Você cresce e ganha mais confiança e pode conseguir fazer o que antes nem pensava ser capaz de verdade.
     Além, do mais, não se esqueça do que você realmente quer da sua vida, caindo na rotina novamente. Com o dia-a-dia, suas atividades e seus problemas, é fácil ficar cansado e envolvido com atividades que não tem importância para sua felicidade, para cumprir determinadas obrigações que a sociedade espera ou que você mesmo acaba se colocando. Então, lembre-se TODOS os dias de tudo o que te mais importa e se aproxime disso com seu coração e suas ações!  

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Medinhos

     Gostaria de saber o porquê de termos medos bobos. Mas entender mesmo. Pode ser medo do desconhecido. Ou, mais frequentemente, medo do conhecido, do já vivenciado. Pode ser que esses medinhos existam devido a condicionamentos que existem dentro de nós. No estilo: algo deu errado no passado ou não saiu conforme o esperado no passado e agora, com uma situação que desperta a sensação de semelhança no subconsciente, temos medo de tudo não sair nos conformes do mesmo jeito da situação já aconteceu. Pode ser isso.
     Mas e daí se algo não sair nos conformes? Na verdade, uma situação NUNCA é exatamente como a imaginamos anteriormente, porque cada momento é exatamente o que ele é, e tem o seu tempo. Então, porque a encanação de tudo se desarranjar? Por que a necessidade de controlar tudo?
     Talvez a sensação de estar no controle nos faça pensar que podemos evitar sofrer novamente. Mas expectativa que pode ser frustrada e ansiedade já são sofrimentos. Não faz muito sentido você se fazer sofrer por não querer sofrer. Porque ao sofrer por antecipação, você já está sofrendo. Agora, a situação que você imaginou que poderia se desenrolar de uma maneira não tão favorável pode surpreender e acabar sendo boa e você vai ter se preocupado sem necessidade. Não há garantias de que você vai sofrer com o que espera que possa dar errado, porque pode dar certo. E mesmo que der errado, o sofrimento não é maior ainda se você já sofre antes? Pensamos e pensamos e pensamos, como se pensar fosse resolver alguma coisa, como se magicamente tudo fosse sair exatamente como o planejado só porque se pensa muito.
     Além do mais, ao mantermos a calma e quando ficamos abertos ao momento presente e tudo o que ele pode ser, nos concentramos melhor no que existe ao nosso redor e criamos condições para nós mesmos agirmos e reagirmos da melhor maneira conforme a necessidade. Então, ao ficarmos calmos, algo pode até dar errado, mas saberemos como lidar isso de um jeito mais tranquilo.
    O medinho de como as coisas vão se desenrolar pode ser também devido à necessidade de agradar. De parecer bonitinho. Porque se uma situação der errado, você pode ser visto como culpado e como o malvado, o ruinzinho, não é o bonzinho. Só que, com qual custo tudo isso? Para que ter que sempre parecer o bonzinho?
     Se esse medinho te poda, te impede de fazer o que você gosta, então algo precisa ser repensado. É legal ser legal, mas não é legal ser o bonzinho se o custo é abrir mão de você. E é normal não querer sofrer, mas tentar controlar tudo e se controlar demais e sofrer com isso para evitar um sofrimento que você nem sabe se pode vir a acontecer parece um pouco de falta de raciocínio.
     Se você percebe que isso acontece, é sinal de que algo dentro de você precisa ser trabalhado. E isso é bom, porque perceber e trabalhar isso nos faz crescer. E se você junta isso à coragem necessária para enfrentar tudo o que parece grande para você, o medo vai diminuindo, vai perdendo forças, até sumir. Você vai percebendo que tem um potencial imenso para realizar tudo o que sempre quis. E que vale a pena. Você percebe que é maior que tudo isso. 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Não terminar



     Pensando um pouco sobre hábitos, percebi que às vezes não termino o que começo.  Não é que eu não queira concluir as coisas, mas começo muitas coisas e tem vezes em que não dá tempo. E, não dando tempo, não vai dando mais vontade.
     E isso parece ser mais comum do que eu pensava. Vontades, sonhos, projetos, objetivos, deixados de lado ou deixados para depois. Pessoas que adiam o aprendizado do que sempre sonharam, deixam para outra hora aquele curso ou aquela atividade legal. Pessoas que deixam para ano que vem e depois o outro e depois mais outro um planejamento concreto para trocar de emprego, indo para outro que seja mais satisfatório. Ou que vão se esquecendo do que seu coração pede em meio a suas rotinas. E, por vezes, essas pessoas se lembram, pensam em tomar uma atitude, mas acabam não o fazendo. Ou até dão um pequeno passo, mas só um. E se esquecem do que estavam fazendo de novo.
     E isso acontece não só em grandes projetos, vontades e decisões. Vemos isso também naquela arte, artesanato ou carpintaria que alguém começa e não termina. Naquele texto que ficou escrito pela metade. Naquela pilha de coisas para serem lidas, que nunca são e só continuam a existir ali, em forma de coisas a serem lidas. Ou naquela redecoração da casa, que fica só na mente. Ou até é iniciada, mas fica sempre com um pedacinho por fazer deixado para depois.
   Será que é excesso de coisas? Talvez valha mais a pena começar menos coisas e realmente terminá-las, com dedicação e empenho, do que começar muitas coisas e nunca terminá-las.  Ter menos acaba sendo melhor (ter em sentido de ter contato com). E, acho que isso realmente acaba nos proporcionando fazer o que queremos de uma melhor forma.
     Sabe aquilo de se dedicar ao presente? Então... Escolher algo e realmente se dedicar a isso. Porque assim, pelo menos existe uma coisa bem feita e não muitas coisas a fazer, que provavelmente nunca serão feitas e ficarão como ficam objetos acumulados em nossas casas, só que em nossas mentes.
    Além do mais, ter coisas “interminadas” dá a sensação de que estamos empacados e realmente pode causar a sensação de estagnação na vida. Podemos nos sentir sobrecarregados, porque temos inúmeras atividades e projetos e percebemos que não estamos conseguindo dar conta de tudo.
     É válido começar algo e depois, caso perceba que não quer realmente fazer aquilo, simplesmente deixar de lado. Porque estamos aqui para testar as coisas, para descobrirmos do que gostamos mais, do que gostamos menos. E dar passos para realizar coisas é um modo de descobrir. Mas, aí é que temos que prestar atenção. Temos que ter a coragem de abandonar o que não está mais dando certo, para que surja espaço para coisas que realmente podem funcionar. Ou, então, temos que parar de ter preguiça e aumentarmos nossa dedicação ao que dá certo, para que possamos dar um passo efetivo em direção às coisas que realmente buscamos em nossa essência.